Não consegui tirar muitas fotografias.
E porquê? Porque a certa altura veio uma espécie de cabaz de marisco para a
mesa e eu larguei tudo e atirei-me aos percebes como se não houvesse amanhã. E
não havia. Nunca se sabe quando se vai voltar a ter a oportunidade de comer
bons percebes, outra vez. Eram bons. Aliás, neste restaurante situado no Campo
Pequeno não nos pudemos queixar da qualidade da comida. As expectativas eram
baixas, dadas outras opiniões que tinha já lido, mas a verdade é que o restaurante
pode ter muitos defeitos, o serviço precisa de melhorar, o preço não é dos mais
simpáticos, mas a comida é boa.
O couvert, cortesia da casa, era
composto por pão, um queijinho que acho que ninguém chegou a provar e uma manteiga
de algas servida dentro da casca de uma ostra. Não fiquei muito fã da manteiga,
mas os outros comensais não deixaram pitada para a amostra. Trazia também
camarões de rio estaladiços. Não sei bem como serão confecionados, sei que são
mesmo estadiços, fazendo jus ao nome que lhes é dado no menu: "Camarinhas
a estalar "O nosso tremoço"". A mim, fez-me lembrar a comida que
se dá às tartarugas. Não desgostei, mas fez-me um bocadinho de impressão.
Como entradas pedimos os croquetes de
toiro, as buchas de sapateira (normalmente vêm 5, neste caso, tiveram o cuidado
de trazer 6 para que todos pudéssemos provar. Um ponto para o serviço). Adorei
as duas coisas. Sobre os croquetes não há muito mais a dizer senão que se parecem,
à partida, normais, na boca são só dos melhores que já comi. As buchas de
sapateira parecem ser compostas por caquinha de sapateira em cima de filhoses
salgadas. E a combinação resulta.
Seguimos para uma "teca de
marisco", uma caixa de madeira, o tal cabaz de que falo em cima, cheia de
marisco. Sapateira, ostras, percebes, lagostins, búzios, camarões e etc. E isto
valeu por tudo o que de mau poderia ter havido. Comemos, comemos, comemos e
adorámos.
Para complementar, pedimos também
mexilhão. Tinha tomilho e eu que adoro mexilhão (gosto mesmo muito de marisco)
não vou à bola com tomilho. Não gostei, mas é mesmo uma questão de esquisitice
minha. Toda a gente gostou.
Tivemos um vislumbre de uma das
sobremesas. A caixa das sete saias. Uma caixa a honrar uma tradição Nazarena
que traz bolas de Berlim, pasteis de nata, arroz doce, leite creme e mousse de
chocolate. Já não conseguimos. Corríamos o risco de ter que voltar para casa a
rebolar e ali no Campo Pequeno não nos dava jeito. Tem muito transito.
Achámos que o serviço poderia ter sido
um pouco menos lento e permitir-nos ter, simultaneamente, pão torrado e a
casquinha de sapateira. Ter que esperar pelo pão foi um bocadinho tortura. E é
por isso que não lhe dou 5 estrelas.
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