Uma das coisas que mais me fascina na série The Americans são as comunicações. Comunicações numa altura em que não existem telemóveis, a internet está nos seus primórdios e a criatividade humana é a maior arma para a sua eficácia.
The Americans, uma série da Netflix, passa-se nos anos 70. Os protagonistas são um casal de espiões russos a viver como americanos. A viver o sonho americano.
Eles investigam, enganam, manipulam, disfarçam-se com um qualidade inverosímil, eles matam. Eles são tudo isto e, ainda assim, passamos toda a série a torcer por eles. A querer que sobrevivam e que cumpram as suas missões com sucesso. Essa é um dos maiores trunfos desta série, fazer-nos sentir empatia pelos maus da fita.
A série está repleta de momentos tensos. Momentos esses que, graças a uma excelente produção e realização, nos fazem eriçar a pele e acelerar o batimento cardíaco. A série tem, permanentemente, um tom cinzento. E não é por acaso. Esse tom, para além de invocar para uma era em que essas seriam as cores da televisão, fazendo-nos sentir que viajamos no tempo, também é a principal ferramenta para a tal tensão que se sente na pele. Há pormenores interessantes, que talvez escapem ao olho nu, mas não ao nosso inconsciente, como uma cena quase a preto e branco, com a exceção de um contrastante vermelho nos acessórios das crianças que, passivamente, ou talvez nem tanto, participam na cena. A série está bem escrita e melhor executada.
Bons actores, excelente banda sonora e uma história que prende do primeiro episódio da primeira série, ao último episódio da última. Ainda assim, não há temporadas como a primeira ou como a última. A última, aqui em casa, foi vista em 3 dias e só porque tivemos que trabalhar. Está brutal. Tão brutal que hoje me sinto de ressaca. Queria mais.
Também adorei esta série. Não percebo como não foi mais falada pois é das séries mais bem conseguidas e cum uma qualidade transversal até ao fim.
ResponderEliminarAcho que se passa é nos últimos anos da guerra fria, nos anos 80, pelo menos por alguns acontecimentos que descreve parece-me =)
Pelo que eu percebi, começa no finalinho dos anos 70, inicio dos anos 80, mas admito poder estar errada.
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