O tinder é o “sair à noite” dos tempos modernos. Numa altura em que não havia internet e o mundo não se movia a esta velocidade vertiginosa, conhecer alguém na noite era tabu. Hoje, conta-se essa mesma história para camuflar o guilty pleasure do engate online.
Mudam-se os tempos, acompanham as vontades, fica o preconceito. Essa característica inerente ao ser humano e à resistência à mudança.
Eu tenho um amigo de um amigo que assim começou relação séria. Esse mito urbano. Não se procurava ninguém na noite, cruzes credo, que eu saio para me divertir, já procurando. Ninguém se safa no tinder, já safando.
Diz-se que é fútil porque são só imagens, dizia-se que era fútil porque eram só olhares. Diz-se que não é sério porque não se conhece, dizia-se que não era sério porque não se conversava.
Conhecer gente não é fácil. Piora com a idade. O Tinder coloca-nos o mundo na ponta dos dedos, aumenta números, diminuindo probabilidades. Passa-se ao próximo mais depressa. Procura-se o mesmo.
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