Desengane-se quem acha que o problema do trânsito em Lisboa é a quantidade de carros em segunda fila ou os acidentes parvos ou, simplesmente, o facto de a cidade receber muito mais carros do que a capacidade que tem. Nada disso.
A culpa é minha. Minha e de todos os que conduzem como eu. Estou a pensar criar um grupo de auto-ajuda para conseguirmos resolver este nosso problema tão maléfico para a sociedade em geral e o trânsito em Lisboa, em particular. Nesse grupo, partilharíamos as nossas recaídas e tentaríamos, de forma solidária, encontrar soluções para este nosso problema. “Olá, o meu nome é Rebeubeu e hoje distraí-me durante 2 segundos e não avancei quando o semáforo estava verde”. Ou parei num sinal amarelo em segurança ou parei num stop, em vez de abrandar e seguir caminho ou, ultraje dos ultrajes, dei prioridade à velhinha que estava há meia hora a tentar meter-se no cruzamento.
A culpa é minha e mereço todas as buzinadelas e todos os nomes que me chamam.
Eu sei, eu percebo-vos, estar dentro de um carro é horrível. Eu também não gosto. Todos os segundos contam. Quem sou eu para causar tamanha fatalidade nas vossas vidas. Quem sou eu para cumprir limites de velocidade e levar-vos a essa desgraça sem precedentes, a de chegar a casa 20 segundos mais tarde.
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