Primeiro desafio
de “Uma dúzia de livros” superado. Infelizmente, não consegui ir ao encontro
que estava planeado para ontem, mas acabei de ler um livro escrito por uma
autora do sexo feminino, no sábado.
Tal como tinha
escrito aqui, a minha escolha recaiu sobre “A amiga genial” de Elena Ferrante pelo simples facto
de já o ter lá em casa. O meu objectivo é cumprir o plano única e exclusivamente
com coisas que já andem cá por casa.
Nunca tinha um
lido um livro com um índice de personagens. Confesso que se, por um lado, isto
me assustou, por outro, descansou-se. Assim de repente, são muitos os livros
ricos em personagens que adorei. Ter-me-ia dado jeito para livros que acho
geniais como “A casa dos espíritos” ou os “100 anos de solidão”.
No livro “A
amiga genial” senti-me tão dentro do bairro onde se passa a história, tão envolvida
com a suas gentes, que acabou por não ser necessário utilizar o tal índice.
Conhecia todas as personagens e bem. E esta é uma das grandes qualidades deste
livro. Remete-nos para aquele bairro popular perto de Nápoles, em Italia como picos o fazem e tem uma construção de personagens incrivelmente humana e real.
Tenho
dificuldades em fazer um resumo do livro que lhe faça jus e mostre o quão
deliciosa é a história.
Fiquei presa
no prólogo. O final do prólogo deixa-nos com vontade de saber mais. Felizmente,
ou infelizmente, esta é uma trilogia e o primeiro livro sabe só a introdução.
Isto significa que agora estou doida para ler os restantes livros e perceber o
desenvolvimento e a conclusão. Eu que já tenho uma lista de espera considerável
e que não fazia planos de comprar mais livros tão cedo.
Apesar de
também falar sobre infância, este livro, que nos conta a história de uma
amizade intensa entre duas raparigas, é, para mim, sobre o impacto que outra
pessoa, pode ter na vida de alguém. Seja pela forma como nos vê, como nos
manipula (ou não), seja pela perceção que nós próprios temos de alguém. Isto é
ainda mais importante na fase da vida em que o livro se centra: a adolescência.
Uma fase de descobertas, de amizades, de competições, de relações, de
sexualidade e de primeiras experiências em tantos quadrantes das nossas vidas. É um livro que ilustra, e bem, o tormento que
pode ser a necessidade de identidade e de pertença que todos, enquanto seres sociais,
temos, mas que é tão vincada nesta transição para a vida a adulta.
Acho que
também é de sublinhar a importância da comunidade nesta trama. També, esse um
facto comum nas vidas de todos nós. A comunidade como factor moldante das
nossas personalidades e como impulsionador dos que caminhos que escolhemos.
Apesar destes paralelismos
com questões psicossociais, este é um livro com uma escrita simples e leve. Uma
história rica em detalhes e pormenores, mas que se acompanha com facilidade e
se lê com vontade. Recomendo.
Sem comentários:
Enviar um comentário