O Popolo, na esquina da 24 de Julho com a Dom Carlos I é o restaurante mais hipster de Lisboa que já frequentei. As bebidas, chá frio e limonada servidos em frascos de roscas com asa mas sem tampa, o chá com verdadeiras folhas verdes no fundo do frasco, as cadeiras cor-de-rosa, as latas, os doces e os gressinos que enchem as prateleiras, as tábuas engravadas onde vem a comida deixam pouco espaço na minha memória para a comida.
Ainda assim, há que falar na comida. E no conceito de um dos hambúrgueres. O inside out que, tal como diz no menu, “em vez de ter o delicioso queijo cheddar derretido e o bacon estaladiço por cima, tem-nos por dentro...”. Apesar deste “tem-nos por dentro...”, assim, com reticências, me ter desconcertado, fiquei com vontade de experimentar.
Vi-me grega para manter tamanho hambúrguer dentro da tábua. Vi-me grega para beber o chá frio com as folhas. Ando um bocadinho farta destas modas onde a imagem supera o sabor e tenho saudades de um hambúrguer simples, queijo e alface, à moda antiga. E é pena. Ou teria sido se não tivesse sido forçada a ir a este restaurante, pura e simplesmente, por estar na zona, com um grupo grande, sem reserva, com tempo contado e com alguém que conhecia. Provavelmente, de outra forma não teria ido e não saberia que o tal inside out é delicioso e vale a pena cada garfada mal dada e que resultou num “chiqueiro” à minha volta. O chá, apesar das peripécias, também me surpreendeu e, diz quem provou, a pizza também não era nada má.
Uma visita inesperada com um final feliz.
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