segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

A Amiga Genial de Elena Ferrante


Primeiro desafio de “Uma dúzia de livros” superado. Infelizmente, não consegui ir ao encontro que estava planeado para ontem, mas acabei de ler um livro escrito por uma autora do sexo feminino, no sábado.

Tal como tinha escrito aqui, a minha escolha recaiu sobre “A amiga genial” de Elena Ferrante pelo simples facto de já o ter lá em casa. O meu objectivo é cumprir o plano única e exclusivamente com coisas que já andem cá por casa.





Nunca tinha um lido um livro com um índice de personagens. Confesso que se, por um lado, isto me assustou, por outro, descansou-se. Assim de repente, são muitos os livros ricos em personagens que adorei. Ter-me-ia dado jeito para livros que acho geniais como “A casa dos espíritos” ou os “100 anos de solidão”.

No livro “A amiga genial” senti-me tão dentro do bairro onde se passa a história, tão envolvida com a suas gentes, que acabou por não ser necessário utilizar o tal índice. Conhecia todas as personagens e bem. E esta é uma das grandes qualidades deste livro. Remete-nos para aquele bairro popular perto de Nápoles, em Italia como picos o fazem e tem uma construção de personagens incrivelmente humana e real.



Tenho dificuldades em fazer um resumo do livro que lhe faça jus e mostre o quão deliciosa é a história.

Fiquei presa no prólogo. O final do prólogo deixa-nos com vontade de saber mais. Felizmente, ou infelizmente, esta é uma trilogia e o primeiro livro sabe só a introdução. Isto significa que agora estou doida para ler os restantes livros e perceber o desenvolvimento e a conclusão. Eu que já tenho uma lista de espera considerável e que não fazia planos de comprar mais livros tão cedo.



Apesar de também falar sobre infância, este livro, que nos conta a história de uma amizade intensa entre duas raparigas, é, para mim, sobre o impacto que outra pessoa, pode ter na vida de alguém. Seja pela forma como nos vê, como nos manipula (ou não), seja pela perceção que nós próprios temos de alguém. Isto é ainda mais importante na fase da vida em que o livro se centra: a adolescência. Uma fase de descobertas, de amizades, de competições, de relações, de sexualidade e de primeiras experiências em tantos quadrantes das nossas vidas.  É um livro que ilustra, e bem, o tormento que pode ser a necessidade de identidade e de pertença que todos, enquanto seres sociais, temos, mas que é tão vincada nesta transição para a vida a adulta.



Acho que também é de sublinhar a importância da comunidade nesta trama. També, esse um facto comum nas vidas de todos nós. A comunidade como factor moldante das nossas personalidades e como impulsionador dos que caminhos que escolhemos.



Apesar destes paralelismos com questões psicossociais, este é um livro com uma escrita simples e leve. Uma história rica em detalhes e pormenores, mas que se acompanha com facilidade e se lê com vontade. Recomendo.










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